Sunday, May 29, 2022

" Perdidos na Madrugada " Mudanças Climáticas.

 




Chuvas em Pernambuco: 'Não adianta receber o alerta e não saber o que fazer', avalia especialista em gestão de risco.


Por Erick Bang, GloboNews

 As fortes chuvas que atingiram o Grande Recife deixaram mais de 50 mortos devido a deslizamentos de barreiras. Nos dias anteriores ao temporal, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) previu a chuva e divulgou alertas. Entretanto, para Leonardo Farah, especialista em gestão de risco e desastre, falta "vontade política" do poder público para evitar as mortes (veja vídeo acima).

Segundo o especialista, é preciso, para além de emitir alertas para a população que mora em locais de risco, dar condições de habitação e de mitigação de risco para as pessoas que podem ser afetadas por deslizamentos e inundações.

"Não adianta a gente receber o alerta e não saber o que fazer. Recebi um alerta que tem fortes chuvas, mas para onde eu vou? Para onde eu vou levar minha família? É uma complexidade grande, mas é possível fazer. Principalmente com um planejamento de longo prazo, verificando os locais de risco, as pessoas que moram em áreas de vulnerabilidade", afirmou.



 

  Comunidade de Monte Verde, na divisa do Recife com Jaboatão dos Guararapes, onde barreira deslizou matando dezenas de pessoas — Foto: Pedro Alves/g1


  Para Leonardo Farah, é preciso fazer planejamento urbano de longo prazo, e isso é o principal entrave na mitigação de riscos pelo poder público.

"É importante fazer um mapeamento dos locais de risco e realocar as pessoas. Porque essas pessoas que estão morando num local de risco, se não tiverem um outro local para viver, elas não vão sair de lá. É ilusão a gente achar que nós vamos deixar essas pessoas por um, dois, três meses num abrigo. É extremamente complicado você viver com uma população enorme dentro de um abrigo", disse.

O especialista em gestão de risco e desastre também disse que os desastres são previsíveis, reincidentes e cada vez mais intensos. Isso ocorre principalmente por causa das mudanças climáticas. O Recife, por exemplo, é a capital brasileira mais ameaçada por esses fenômenos, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).


"A gente colocar a culpa na chuva é algo muito pretensioso, porque isso todo ano se repete, todo ano é a mesma situação. O evento natural extremo está cada vez acontecendo com uma maior frequência, maior intensidade e num curto espaço de tempo, por conta de questões de mudanças climáticas", explicou. 








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