Friday, October 27, 2023

Brazil - Martianization - Seca no Amazonas compromete transporte de produtos e ameaça descontos da Black Friday - CNN

 



seca prolongada nos rios da Amazônia tem castigado moradores da região e atrapalhado transporte de produtos da Zona Franca de Manaus a outras áreas do país. E essa dificuldade pode impactar os descontos da Black Friday deste ano.





Com a estiagem, os níveis dos rios diminuíram significativamente, o que torna mais difícil — ou até impossível — para embarcações de grande porte, como barcaças, transportar produtos para dentro e fora do polo.

Como resultado, podem ocorrer atrasos no transporte, além da cobrança de custos adicionais.

Rodrigo Bandeira, vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), explica que existem alternativas de transporte que garantem o abastecimento das lojas para a Black Friday, como o rodoviário. Porém, o custo é mais elevado — e pode ser repassado ao consumidor final.

“A gente pode esperar uma Black Friday diferente com relação a descontos para esses produtos, mas há outras categorias que estão ganhando relevância e que ajudam a compor esse ‘bolo’, cada um na sua fatia”, analisa.

Bandeira destaca que não há risco de desabastecimento. “Quem está no jogo certamente já tomou as providências para que não faltem produtos”, acrescenta.

O especialista avalia que os problemas não se restringem aos preços dos produtos, mas também ao cenário macroeconômico.

“A partir do momento que você tem uma questão como essa, você vai ter um problema que pode impactar outras empresas, como de transporte e logística, inclusive com demissões […] O varejo precisa de pessoas empregadas que consigam consumir para fazer a roda girar”, afirma.

Zona Franca de Manaus fabrica eletrodomésticos, veículos, motocicletas, TVs, celulares, bicicletas, aparelhos de ar-condicionado, computadores, entre outros produtos considerados “queridinhos” da Black Friday, que acontece no próximo dia 24 de novembro.

Ulysses Reis, professor de varejo da Strong Business School, afirma que, além do transporte rodoviário, o entrega de produtos em períodos de seca muitas vezes é feito com auxílio de um prático — profissional que auxilia navios a passarem por águas restritas.

“O problema é que o preço do serviço aumentou assustadoramente. Hoje as viagens chegam a custar R$ 800 mil com o uso dessa mão de obra. Esse valor é chamado ‘taxa da seca’, neste caso. Além disso, o tempo de transporte se multiplicou por 5, ou seja, de 5 dias passou para 25”, diz.

Ulysses destaca que a maior parte dos produtos que devem ser vendidos na Black Friday já foram comprados pelos varejistas, e que parte significativa deles já está em posse das transportadoras ou em depósitos.

Ele garante que não deve haver desabastecimento total de produtos. “Isso vai afetar talvez 30% ou 20% da quantidade que vem da Zona Franca. O problema é que vai haver no Natal, porque a segunda leva de produtos vai ficar realmente comprometida”, afirma.

Os produtos chamados “linha branca”, que incluem, principalmente, geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupas, devem ser os que terão menor oferta de descontos.

“Os custos altos de logística e transporte, por mais que os produtos já tenham sido comprados, vão ser agregados de alguma forma. Ou seja, não podemos esperar, pelo menos do material que vem da Zona Franca de Manaus, grandes descontos. Deve haver descontos, mas não devem ser os melhores que já aconteceram até hoje”, conclui.

Claudio Felisoni, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, concorda que a seca deve afetar o fluxo para o varejo, mas também não enxerga a possibilidade de desabastecimento.

O especialista explica que o varejo, de forma geral, vem mantendo negociações com os fabricantes para garantir a disponibilidade dos produtos mais procurados, mas conscientes que a disponibilidade não será plenamente atendida.

“Obviamente essas relações são mais tensas porque se coloca a questão de precedência, isto é, relações mais próximas ou mais distantes com os fornecedores. Entretanto, não há uma expectativa exacerbada de vendas nessa próxima Black Friday”, analisa.

Black Friday mudou hábito dos brasileiros

O professor Ulysses Reis explica que a Black Friday tem crescido ano após ano desde sua estreia no Brasil, em 2011, e isso se deve a uma série de fatores.

“O primeiro fator é que o hábito do brasileiro é mudou com relação à Black Friday, que se tornou não apenas uma liquidação, mas uma antecipação de compras dos produtos que são vendidos no Natal”, afirma.

O professor destaca ainda que, em média, a cada 4 produtos comprados no período de Natal, 1 é uma espécie de “presente” que o consumidor compra para ele próprio.

“É um tipo de teoria do ‘eu mereço’, ou seja, ‘passei o ano inteiro trabalhando, então eu mereço’”, conclui.

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Tuesday, October 17, 2023

Brazil - Seca no Amazonas: Rio Negro atinge menor nível em 121 anos

 






O Serviço Geológico do Brasil alerta que os impactos da seca devem ser sentidos até o próximo ano e afetam diretamente as populações ribeirinhas e a economia regional

O Rio Negro, do Amazonas, atingiu 13,59 metros — o menor nível em 121 anos, quando as medições começaram a ser realizadas, em 1902. O menor registro desde então tinha sido captado em 24 de outubro de 2010. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (16/10), pelo Porto de Manaus. O estado passa por uma seca história, com impacto na distribuição de alimentos e água. Além da estiagem, Amazonas também vive uma onda de queimadas.

O Serviço Geológico do Brasil alerta que os impactos da seca devem ser sentidos até o próximo ano. "Os níveis dos rios muito baixos e consequentemente suas vazões reduzidas tem potencial de gerar diversos impactos na região, por exemplo sobre: abastecimento; navegação; estabilidade geológica local, em razão dos fenômenos de terras caídas ocasionados pela diminuição muito rápida dos níveis de águas; e processos ecológicos, levando à mortandade de peixes em razão do reduzido espaço para circulação, elevação da carga orgânica e também das temperaturas das águas", diz a empresa governamental, vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Ainda segundo o órgão, esses impactos afetam diretamente as populações ribeirinhas e a economia regional. O governo do Amazonas tem adotado uma série de ações emergenciais para acolher a população e minimizar os danos. Entre as providências já adotadas pela Defesa Civil do estado estão a capacitação de agentes municipais e estaduais, entrega de purificadores coletivos de água, emissão de alertas e orientações para a população e demais entes públicos.

Monday, October 2, 2023

Brazil - El Niño e mudanças climáticas afetam safras e dificultam previsão para agricultura em 2024



El Niño provoca muita chuva no Sul e deixa tempo seco no Norte e Nordeste

James Baltz/ Unsplash

Amanda Sampaioda CNN em São Paulo


Primavera será marcada por muita chuva na região Sul e pancadas irregulares no Sudeste e Centro-Oeste.

Os últimos meses — atípicos em relação às condições meteorológicas — devem afetar as safras de diversos cultivos, além de dificultar as projeções para a agricultura em 2024.

A meteorologista Desireé Brandt, da Nottus, explica que, além das anormalidades no curto prazo, as mudanças climáticas em nível global também têm afetado o regime de chuvas no Brasil, o que prejudica os trabalhos agrícolas.

“Nós temos um El Niño, e por conta das mudanças climáticas, os efeitos dele podem ser ainda mais fortes, ainda mais evidentes”, afirma.


Impacto negativo na agricultura

Esta semana, está previsto o término do vazio sanitário no Rio Grande do Sul — período em que é proibido cultivar plantas vivas.

Quando o período se encerra, os agricultores costumam dar início ao plantio de grãos.

“Mas quem é que vai plantar soja agora, no meio do caos que o Rio Grande do Sul está? Existem muitas áreas de cultura de inverno que foram afetadas pelas chuvas das últimas semanas, principalmente. Tem muita lavoura debaixo d’água”, destaca Desireé.

A meteorologista explica que o processo de recuperação das lavouras de inverno acaba prejudicando o início do plantio da soja.

“Algumas áreas do noroeste do Rio Grande do Sul até vão conseguir começar esse plantio, mas as que foram mais prejudicadas pelo excesso de chuva ainda terão uma certa dificuldade”, avalia.


Primavera terá muita chuva no Sul

Ao longo da primavera, a expectativa é de muita chuva no Rio Grande do Sul, o que é comum para esta época do ano.

No entanto, os efeitos do El Niño devem piorar este cenário e provocar chuva acima da média para o período no estado.

“Sim, já choveu muito; sim, o Rio Grande do Sul está debaixo d’água, e sim, ainda tem muita água para cair, e muitas vezes na forma de tempestades, com ventania, com descargas elétricas e com alto risco para queda de granizo”, alerta a meteorologista.

Desireé explica que, neste momento, o grande desafio do estado gaúcho é enfrentar o excesso de chuva, o que atrapalha o manejo e o preparo do solo, além dos trabalhos em campo de forma geral.

“Além disso, mesmo que a lavoura não esteja debaixo d’água, se temos poucas horas de luminosidade, isso também acaba prejudicando a qualidade dessas lavouras. A planta precisa, sim, de água, mas ela também precisa de temperatura adequada e da quantidade de luz solar ideal para que a lavoura tenha melhor qualidade”, explica.

Já para as regiões Norte e Nordeste, que costumam sofrer com a seca em períodos de El Niño, os modelos de previsão do tempo não indicam seca severa, assim como as que ocorreram nos anos de 2015 e 2016.

Apesar disso, os trabalhos de agricultura também devem ser desafiadores nessas regiões.

Algumas áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) terminam o vazio sanitário neste fim de semana. Porém, na contramão da região Sul, o solo está extremamente seco nessas localidades, o que também dificulta os trabalhos de plantio.

“O início do plantio da safra de verão vai se dar de forma bem escalonada — conforme a chuva vai chegando, vai ocorrendo o plantio, exceto em áreas que têm sistema de irrigação. Agora, onde não tem, o solo está extremamente seco. É uma das áreas com solo mais seco do Brasil neste momento”, diz Desireé.

A meteorologista afirma que a chuva um pouco mais expressiva só deve acontecer — e de forma gradual — a partir da segunda quinzena de outubro.


Já no Sudeste e no Centro-Oeste, a primavera terá cara de verão, com muitos dias de sol pela manhã, calor e chuva à tarde.

“Claro que vez ou outra a gente vai ter dias com maior quantidade de nuvens, até com alguns episódios de chuva, mas já vai ser bem mais raro isso. Na maioria das vezes, a chuva virá na forma de pancada”.

No entanto, Desireé destaca que, para a agricultura, mais importante do que a quantidade de chuva é a qualidade da precipitação nessas regiões.

“O que importa é como que essa chuva vai acontecer. Em algumas localidades, o modelo [de previsão] até indica a chuva acima da média, mas se ela vier na forma de pancada rápida, ou se chover num canto da Fazenda e no outro não, será uma chuva mal distribuída”, explica.

Para a meteorologista, a qualidade da chuva é o grande desafio das duas regiões.

“Vai faltar chuva? Não, não vai faltar. Mas como eu falei: este é o desafio do Sudeste e do Centro-Oeste”, conclui.


Conab prevê queda na produção do milho

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a safra de milho caia em 9,1% em relação ao ciclo anterior, com estimativa de 119,8 milhões de toneladas.

Os valores são consequência de uma redução de 4,8% na área plantada, que abrange 21,2 milhões de hectares, além de retração de 4,6% nas produtividades esperadas, após os recordes de 2022/23.

Por outro lado, apesar da previsão de chuvas intensas na região Sul, a Conab estima que a produção de soja no Brasil para o período 2023/24 atinja um recorde de 162,4 milhões de toneladas. O valor representa aumento de 5,1% em relação à safra anterior.

A estimativa foi impulsionada pelo crescimento de 2,8% na área de plantio, que abrange 45,3 milhões de hectares — aumento de 2,2% na produtividade, com 3.585 quilos por hectare.

Já para o arroz, a Conab prevê aumento de 12,8% no volume nacional, totalizando 11,3 milhões de toneladas. Além disso, a área plantada do grão deve se expandir em 10,2% na próxima safra, com incremento de produtividade de 2,4%.

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