Sunday, April 11, 2010

Etanol de sorgo é opção contra a entressafra da cana





O Brasil está perto de ganhar uma nova alternativa ao uso do etanol. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o sorgo sacarino, cereal que é usado como alimento humano e animal e útil na produção de farinha, deve ter sua cultura disseminada aos canaviais. A expectativa da instituição é inserir ao mercado novas variedades de sorgo para a produção de etanol dentro de dois anos. Segundo a entidade, em cinco anos devem surgir cultivares (variedades híbridas) mais resistentes e fáceis de serem colhidas. A estratégia da Embrapa é introduzir o cereal na entressafra da cana-de-açúcar (que vai de janeiro a abril), quando o preço do álcool está mais caro. Parrella afirmou que o plano da instituição é fazer o plantio na safra de verão, entre setembro e outubro. "A ideia é fazer com que a colheita caia exatamente naquele período [entressafra da cana] para abastecer o mercado, uma vez que o preço do álcool fica caro nessa época", disse Rafael Augusto da Costa Parrella, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo.

"Se um produtor contar com um alto nível tecnológico; utilizar insumos; controlar as pragas, se seguir todas as considerações técnicas necessárias, ele pode chegar a uma produtividade média de 60 toneladas de biomassa verde", disse Parrella. E completa: "Para cada tonelada de biomassa [verde], são produzidos 70 litros - em média - por tonelada". A média da Embrapa é de 2,5 mil litros a 4,5 mil litros de etanol por hectare. De acordo com Alfred Szwarc, especialista da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a produção do sorgo sacarino é considerada uma atividade complementar aos canaviais. "A cana-de-açúcar pode chegar a mais de 7 mil litros de etanol por hectare. Concorrente [o sorgo] não é, mas é complementar para o álcool", diz. O cereal em potencial, segundo Szwarc, apresenta dados que indicam uma produtividade equivalente ou um pouco superior ao do milho, fator que encarece o custo da produção em relação ao etanol feito de cana. "O custo de etanol de milho gira entre 30% a 40% a mais que o da cana-de-açúcar", afirmou o especialista da Unica.

Parrella disse que ainda há valores concretos sobre investimentos do cereal. "Ainda não temos dados definidos porque isso depende da região e alguns lugares têm um custo maior ou menor de insumos e defensivos agrícolas. Mas deve girar mais ou menos no mesmo valor do milho, que é uma cultura semelhante, na faixa de R$ 1 mil reais a R$ 1,5 mil por hectare", revelou.

A Embrapa realiza um projeto piloto com uma empresa privada mineira, a Usina Sada Bioenergia - instalada ao norte de Minas Gerais -, com uma área plantada de 12 hectares. Mauro Maciel, diretor agrícola da empresa, contou que a experiência está sendo positiva e que as expectativas são boas, mas não revelou projeções de custos. "Em breve nos reuniremos [Usina e Embrapa] para discutirmos e teremos os resultados concretos", afirmou o executivo. O cereal O sorgo serve como ração aos suínos, às aves e aos bovinos.

Além disso, é possível produzir farinha a partir do cereal. Mesmo com a produção do etanol, após retirado o líquido, o grão ainda pode ser reaproveitado. "O etanol é produzido quando se extrai o caldo dos colmos. A planta produz grãos [de 2 a 5 mil quilos por hectare] que podem ser utilizados para a alimentação humana e animal. Ou seja, não estamos traçando uma competitividade entre produção [de etanol] e alimento", afirmou. Outra vantagem do sorgo é o ciclo curto para se colher.

"O ciclo da cultura é muito curto e pode ter essa produtividade em quatro meses, isto é, até três cultivos em um ano. Mas isso vai depender do clima e do solo da região", disse. Outras particularizações da produção do sorgo sacarino são: baixa quantidade de água e a possibilidade de mecanização total da colheita, além do uso das sobras da produção nas usinas para a alimentação animal. "O bagaço do sorgo é nutritivo e serve de comida", completou Parrella. Os pesquisadores buscam novas parcerias com usinas em todo o País para conhecer melhor o sistema de produção da cultura e adaptá-lo às diferentes regiões. O sorgo sacarino é cultivado na região sul do Brasil, no nordeste e em regiões de Minas Gerais. O Brasil está perto de ganhar uma nova alternativa ao uso do etanol: o sorgo sacarino.

A expectativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é inserir no mercado novas variedades de sorgo para produção de etanol dentro de dois anos. Segundo a entidade, em cinco anos devem surgir cultivares mais resistentes e fáceis de serem colhidas. A estratégia da Embrapa é introduzir o grão na entressafra da cana, quando o preço do álcool está mais caro. Uma das vantagens do etanol de sorgo é que o bagaço serve para a alimentação e é possível ter três cultivos em um ano.

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