Caroline Stinghen
Uma reparação com a comunidade joinvilense. Assim definiu Valter Bustos, o coordenador e dono do acervo do MuBi.
— Estamos devolvendo à cidade algo que é dela. Estamos nos reparando com as escolas, com os visitantes do mundo inteiro que nos procuram e com os moradores de Joinville —, avaliou.
Antes mesmo de abrir as portas, revelou o coordenador, já há visitas marcadas com turistas estrangeiros.
— É o único museu da bicicleta da América do Sul. E, além das bicicletas – carinhosamente chamadas de “zicas” em Joinville –, temos um acervo incrível, com buzinas, campainhas e até caixas de fósforos decoradas com bicicletas —, avisou.
Entre as novidades, o coordenador adquiriu um antigo desejo: a bicicleta que o padre joinvilense Valdo usou para viajar pelo mundo. Ele saiu de Joinville em 2009 e em 2010 foi encontrado morto no México. A bicicleta foi trazida no ano passado e agora estará exposta no MuBI.
O museu passou, ainda, por mudanças. O piso foi melhorado; as paredes, pintadas, e a estrutura elétrica, reformada.
— Foram pouco mais de dois meses de trabalho para podermos devolver à cidade um museu referência no País —, garantiu o presidente da Fundação Cultural, Rodrigo Coelho.
Uma equipe de técnicos da área museológica foi montada para ajudar na catalogação e legalização do acervo.
Para o diretor executivo da fundação, Joel Gehlen, que acompanhou de perto a situação do MuBI, a reabertura traz diferentes diálogos para a cidade. O primeiro é com o passado, pelo fato de a cidade ter tido o maior número per capita de bicicletas na década de 50.
— A bicicleta está na afetividade de Joinville.
Outra relação é com a mobilidade urbana porque a bicicleta representa uma alternativa de locomoção.
— Ainda há o fascínio que ela exerce como um objetivo de desejo em algum momento de nossas vidas e o benefício que traz à saúde —, pontua Gehlen.
— Todos esses diálogos se encontram no Museu da Bicicleta, que é um espaço de memória e também de inspiração de comportamentos que têm a bicicleta como elemento do dia a dia —, completa o diretor.
Segundo ele, o visitante sai de lá com o desejo de andar ou de, no mínimo, respeitar mais o meio de locomoção.
O ACERVO
16 mil peças, entre bicicletas, fotografias, quadros, miniaturas, troféus, buzinas e campainhas.
A bicicleta mais antiga é de 1907 – um modelo Idealle.
O museu ainda conta com uma bicicleta que pode andar nos trilhos dos trens. Ela foi produzida pela equipe de Valter Bustos, no próprio museu.
REINAUGURAÇÃO9 de março, aniversário de Joinville, às 10 horas.
A Estação da Memória ainda vai ter exposição de carros antigos e o mercado de pulgas.
A entrada será gratuita.
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
Terça a sexta-feira: 9 às 18 horas.
Sábados, domingos e feriados: 12 às 18 horas
Entrada é gratuita.
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