Wednesday, May 6, 2009

Diplomatas da União Européia elogiam processo de mecanização da colheita da cana

Curiosos, diplomatas conhecem colheitadeira de cana por dentro


Cinco cônsules da União Européia (UE) sediados no Brasil conheceram de perto a colheita mecanizada e manual de cana-de-açúcar na usina São João de Araras, localizada na cidade de São João de Araras (SP), em visita realizada nesta quarta-feira (22/04/2009). A empresa recebeu os representantes diplomáticos da Bélgica, Hungria, Alemanha, Holanda e República Tcheca, que visitaram a área agrícola da usina, onde 80% da cana já é colhida mecanicamente.

Para o cônsul da República Tcheca, Stanislav Kázecky, que promoveu a visita do grupo de europeus, a mecanização da lavoura da cana, que elimina a queima da palha, é positiva pois “iniciativas como esta são de grande valia para a continuidade e sucesso do negócio do etanol, cujo ponto chave está na questão ambiental, tão importante nos dias atuais”. Kázesky, cujo país de origem exerce a presidência rotativa da UE em 2009, acha que o modelo de produção desenvolvido na usina São João de Araras deve servir como exemplo para o setor sucroenergético mundial.

O tcheco classificou a visita como uma “rica experiência” para a delegação européia, descrevendo a experiência como uma “ótima oportunidade” para se conhecer in loco a realidade da fabricação de açúcar, etanol e geração de bioeletricidade no Brasil. O resultado da visita, segundo Kázecky, “poderá gerar um aprofundamento nas relações entre o setor e os países da União Européia”.

Acompanhados pelo presidente da usina São João de Araras e também conselheiro da UNICA, Hermínio Ometto, e da relações institucionais da UNICA, Carolina Costa, os europeus também demonstraram bastante interesse nas questões que envolvem barreiras tarifárias e não tarifárias impostas ao etanol brasileiro no exterior, principais obstáculos para que o produto se torne uma commodity global.
Cônsules observam processo de mecanização da colheita

Sobre o tema, Costa explicou que o etanol brasileiro preenche todos os requisitos para se tornar uma produto livre de cobranças alfandegárias. Entretanto, segundo a representante da UNICA, para que o etanol se torne uma commodity global, alguns países mais desenvolvidos precisam mudar a distorcida lógica tarifária aplicada, atualmente, no mercado de combustíveis em geral. Enquanto combustíveis limpos e renováveis são taxados com elevados tributos para serem comercializados em outros países, os de origem fóssil transitam livremente ao redor do mundo, sem quaisquer obstáculos tarifários ou outras barreiras comerciais. Com a eventual transformação do etanol de cana numa commodity global, 100 países em desenvolvimento que já produzem cana poderiam fornecer biocombustíveis para o mundo. No quadro atual, apenas 20 países produtores de petróleo atendem o mercado mundial.

Ao todo, a delegação européia foi composta pelos seguintes diplomatas sediados na cidade de São Paulo: Stanislav Kázecky, cônsul da República Tcheca, Peter Claes, cônsul Geral da Bélgica; Miklos Deak, cônsul Geral da Hungria; Thomas Schmitt, cônsul Geral Adjunto da Alemanha; e Louis Piet, cônsul Geral do Reino dos Países Baixos.

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